domingo, 7 de outubro de 2012
Maçã e sangue
terça-feira, 11 de setembro de 2012
domingo, 19 de agosto de 2012
A festa do Santo Forte
domingo, 12 de agosto de 2012
sexta-feira, 29 de junho de 2012
quarta-feira, 27 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
Durmo menos nos últimos meses, bebo mais café , falo menos nas últimas semanas. Abandonei as coisas que são muito minhas, cerco as pessoas anônimas com meu olhar, cubro de dúvidas quem me encara, lanço meu corpo cansado num colo frio e distante e sinto medo de mim tanto quanto da outra.
Sem crédito para o futuro, meu café vai amargando as datas, excedendo os prazos.Tenho assustado os que me tem afeto com um certo silêncio nos últimos dias, sigo querendo uma transparência mentirosa, esse discurso já repetido, esses dizeres já sem carne, minha pele vai ganhando marca, os pés sangram no cansaço e as mãos, atadas, esfriam sem espera. As unhas vão perdendo a graça dos meus esmaltes, os meus batons e perfumes não enfeitam o corpo.Aqui, alguém se perde. num mundo que fiz muro, porque a hipótese, bem sei, pode ser veneno.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
sábado, 2 de junho de 2012
sexta-feira, 1 de junho de 2012
segunda-feira, 28 de maio de 2012
domingo, 27 de maio de 2012
quarta-feira, 9 de maio de 2012
segunda-feira, 30 de abril de 2012
domingo, 29 de abril de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
sábado, 21 de abril de 2012
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Quase nove anos sem seus olhos querendo que eu chegue mais cedo. Seu olhar é a coisa mais terna que já encontrou o meu . Essa dor do seu olhar me desespera, me desespera. Meu plano de ficar perto não deu certo ainda, quantas lágrimas inesperadas foram separando a gente. Nem com muito esforço teríamos imaginado esse cenário todo. Esses muros de sal afastando a alegria. E hoje qualquer data cristã, que para a senhora representa a alegria (resignação) , é choro, lamento e solidão, e para mim, a exposição de minha impotência diante da violência do que “É”, a afirmação das coisas é sempre maior que a nossa vontade, mas como lhe dizer disso? A senhora que sempre plantou o amor e a bondade aos moldes cristãos, sem nunca questionar nossa falta de tudo,quando sonhar era pecado, porque era impossível ou difícil demais, e quando crescer era um fado, um fardo sem descanso ou mudança. Quando tive o olhar mais maciço , cru, orgânico, eu soube das correntes que o “amor “ prende no pulso, no passo. Essas correntes aqui nos meus tornozelos me cansando o corpo, me tingindo o dia de sangue. É impossível ficar indiferente às suas lágrimas, sua dor. HOJE, ser MÃE é a coisa que mais lhe dói o corpo, a calma, molham seus olhos de sertão...e me deixam triste, triste e impotente!!!
domingo, 1 de abril de 2012
“Desenlacemos as mãos” , você disse. O mundo mostra um ninho de amor em todos os corpos, um jeito de morrer em cada copo, um alívio em cada gole. A felicidade é coisa sem casa, é anômala , nômade, é pedaço de pão, cortina aberta, zíper aberto, pés descalços na cama, mãos calmas e quentes, café com palavras e carinhos, vidros colorindo o quarto, criança vendo a lua...A felicidade já foi seu corpo cheio de tesão, já foi sua raiva, já foi minha força no seu cabelo, já foi sua sombra, minha sobra. O mundo engole nossas vontades e cospe qualquer coisa parecida com alegria. Farsas e farpas por vezes machucam meu peito já forte pelo tempo. O Sereno me levou à descrença dos bares. Recusei. voltei a minha solidão de café, letra e Marisa. O mundo é mais que esse bloco de aço que desfila sem melodia. A substância é a hipótese líquida de ainda EXISTIR gole de vida, saliva de afeto, semente de girassol . O tempo é a possibilidade, é a porta. O tempo É O PARTO. Me parte em possibilidade de CARNE, de sangue, de GENTE dentro de casa, de poesia às 3h da madrugada, sob a lua cúmplice . A VIDA AINDA ANDA, INSISTE NUA, LOUCA E LINDA MEU CARINHO HESITANTE.
domingo, 25 de março de 2012
quinta-feira, 15 de março de 2012
Sangue, foi sobretudo com muito sangue o pagamento do último amor.
Os dentes de ouro falso também pagaram o último pedágio para sua cama, só foi para sua calma, para minha ira. Quantos copos são precisos para eu fingir embriaguês e não dizer o que penso com o tom certo para o conteúdo léxico-lixo que elas me arrancam já sem par? Só os passos e a simulação da calma que insistem em “parecer”.
Não consigo fazer laço, o som é de corda, a tensão sem partitura é antes ruído do que melodia, a tensão não vibra: quebra. O desenho não explica: se desfaz. Eu morri antes mesmo de alcançar seus braços que oscilavam em outras cinturas e traços violentos como as palavras que eu nunca soube dizer, a sensibilidade de certa forma ofendia sua precisão selvagem e até estúpida. Você já me tirava algum sangue (de barata), algum barato de prazer .
“Olha você dobrando a esquina”. Já não vejo o vulto, mas o seu perfume insiste. Quantos corpos lavam minha memória suja? Quantos goles para engrossar o sangue ? Para aplicar a hipótese?
domingo, 11 de março de 2012
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Era só um pouco de afeto em meio ao caos solitário que a cercava. Não havia espaço para a contemplação, para as frases imprevistas e únicas. No primeiro encontro só cabem clichês de pensamento pós- modernos de ilusões fundas das cavernas Nietzscheanas . A fotografia antiga, aquela da conclusão do ensino fundamental, que atrás de você aparece a bandeira do Brasil?, então, ela não diz mais nada sobre você. Você não tem identidade nenhuma e no fundo isso traz uma desespero calmo e frio. Fala de rituais ocidentais, de criações circundantes, como se isso lhe fosse familiar , talvez mais pelo caos do que pela beleza, perdeu a noção de beleza porque desde que conheceu a dor toda beleza é um punhal brilhante na carne anônima de qualquer personagem desconhecido e o que você diz não tem consistência, nem a tal densidade que lhe atrai em qualquer forma de criação e ser. Essa menina caminha para o infinito como quem caminha para casa. . Tem sapatos gastos, mochila pesada e pensamento cru, assim, de qualquer coisa, não sabe mais temperar idéias. A sintaxe é fraca, tesão morre se lhes impõem jogos burocráticos de prazer. É descrente a menina. Como se a vida nascendo lhe espantasse tanto que só lhe restasse o olhar fixo e vago mudando de cor que nem seus olhos no outono.
A outra do outro lado era um mistério impossível de se alcançar, um vulto que o olhar acompanhou querendo saber quem é. Uma nuca que excitava a menina e um conversa possível aconteceu. A moça em questão carregava nos olhos e nos outros sentidos o espanto da novidade por assim “ser” ela , viajava em abismos bonitos e impossíveis, com a ousadia de quem desconhece qualquer forma de outro que lhes apresente , criou um signo de força e prazer, liberdades impossíveis de ser, se houvesse antes um entendimento programado e seco...Não era desejável uma explicação possível.
O café ficou em 15º plano. O pasmo era o de ver e ouvir uma necessidade de palavras ocas, aquelas que ecoam pensamentos possíveis alimentando verdades sãs , enquanto o relógio trabalhava, um homem carregava a vida na cabeça, uma mulher carregava os sonhos numa imagem, um homem corrompia o corpo de uma mulher, uma mulher acabava com os sonho de homem, alguém morria, alguém gozava, alguém sangrava e a menina desejava com uma calma irritante , por acréscimos de ficção, aquela outra,possibilidade de paladar, de tato, tetas, tintas e tantas outras coisas não poéticas e táteis e lindas,,enquanto o café esfriava....mas tudo era regado à água, café e pão de queijo, chuva de fim de dia, trânsito de cidade urbana, pressa de rota e de rotina e vontade de mais. Mas ( conjunção ganha de advérbio?) a sintaxe que se dane, ela procurava signo nas suas nuances, ela ainda procura e desencontra e encanta-se ,ela é doida e dada à outra, que ,de repente, nem existe!!!! É outra, sempre, outra. Bonita e distante.Desejável.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
São Paulo, dia qualquer indo embora junto comigo.
Qual o veneno que acalma a dor dos ônibus cheios, das casas pequenas, do espaço que é sempre dos outros, aquela dor vazia que nem melodia de bossa-nova que não se justifica de tão desnecessária, aquele gole de cachaça descendo seco ...ainda seu espanto e desespero de ainda ver uma beleza inexplicavelmente inédita em rostos que nunca te dirão nada porque não se fazem possíveis e já fluíram lágrimas mais fundas que a distância entre as almas, as grandes misérias das pessoas que eram fortes e lindas, o luxo no meio do lixo, o lixo sentando nas cadeiras santas, suas retinas querendo te explicar o mundo, teu pão já sem café , tua coberta rasgando, seus becos maiores que a lua cheia, seus esmaltes secos e seu batom borrado, seu vestido sujo em que seu corpo mente, seus olhar gozando o espanto , o crime, a injustiça, o calor, o corpo e mais :o teu sangue ralo e sacro cheio de pulsação para A VIDA, se há ainda...Qual o veneno que acalma esse sorriso fácil por um olhar demorado , essa falta de verbo, esse pão de ver, esse não de andar para o sempre, essa negação quase louca das idéias comuns, esse cheiro de nada querendo corpo, comer o mundo e cuspir , cuspir logo em seguida porque tudo é muito adstringente e não sabe ainda engolir, as mãos em eterna fuga do seu corpo, o laço sempre impossível de seus sentidos, a mesa sempre vazia de flores, a saudade dos anos de menina, o erotismo impossível dos anos de mulher, a muralha de gente que atravessa em noites absurdas, as pessoas que nunca vai ver, todas as poesias impossíveis de se gozar, os lances sempre refeitos como uma maturidade que te ofende, numa previsão que te brocha...e ainda qual o veneno que acalma essas luas, essas, essa sensibilidade quase arrogante de não ser só instinto , sangue e carne?
Saudades fundas de quem um dia não vou ser, sem mais.
O Olhar já coordenava, antes.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Agora!
O que dizer de agora? Mortes , homicídios, acidentes de carro, embriaguez....e há amor nos bares ou igrejas?.Papai Noel e mamãe Noel no Motel Alasca. Superficialidade das pessoas de modo geral, as festas natalinas e a quadrilha de Drummond cabem NA SOBREMESA? E não era só o Cazuza que queria a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida... Porque antes de saber para que servia o amor já era tarde para perguntar...e o preço do café subiu e ninguém tem tempo para o olhar, as moças de Ipanema foram para a puta que pariu e o soneto amor total não flui mais lágrimas nas mocinhas bronzeadas artificialmente de idéias insolúveis em boa água. Antes o esboço era bonito e o vestido rasgado e feio é arte nas pernas das moças rebeldes e ocas. O abismo está gritando em todos os lugares, nomes lindos de princesas perdidas e feiticeiras irradiantes e lindas. 1, 2, 3 4 mil motivos para ser feliz divididos em suaves parcelas de sacrifícios vãos, de mãos livres e abraços sem gente. A boca vermelha engolindo o rapaz e lhe cobrando caro o sacrifício do prazer enquanto escambo de ações.
E arte criando metáforas, facas sujas de sangue...o abismo no centro dizendo-se espelho...35 garrafinhas pet formando um coração oco e vermelho, uma coca-cola antes do cálculo frio do final de namoro errado e. A mocinha suicida escutando Chico e remoendo memórias precipitou-se na ponte mais próxima e findou a agonia de existir.Será que tudo pode ser dito? A mocinha não disse nada a ninguém.
sábado, 21 de janeiro de 2012
Corpo em brasa na tarde cinza, verbos imprecisos e palavras descrentes porque a política dos verbalismos sempre me abandona quando me perco na sensação esperta, ébria e quente. Atração do seu corpo e eu quase me dissolvendo na vontade de você porque não sei o que eu disse quase não sei lembrar o que você disse. Você não cabe na minha sintaxe, sua precisão é de signo , de pele, de paladar, de mordida . Porque por você eu criaria mentiras eróticas e intensas de noites acordadas e dia vermelho. Brilho de água no chão e a tarde cinza foi ficando quente na minha boca e seus desenhos povoando minhas vontades...e seu gosto abrindo espaço no meu desejo . Fome de você vai me enfraquecendo de palavras e em silêncio vou querendo seu corpo , seu calor, lábio e língua...quase não existe palavra pra dizer da confusão que você vai fazendo nos meus sentidos tão espertos quanto atônitos e nervosos. Haja chuva, chuva aja...ou não durmo. Preciso do seu corpo em pele , em silêncio, em brasa e em mim. Corpo e libido, língua e libido, lábio e libido...você, fome de você. Abandono a linguagem.