terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Agora!

O que dizer de agora? Mortes , homicídios, acidentes de carro, embriaguez....e há amor nos bares ou igrejas?.Papai Noel e mamãe Noel no Motel Alasca. Superficialidade das pessoas de modo geral, as festas natalinas e a quadrilha de Drummond cabem NA SOBREMESA? E não era só o Cazuza que queria a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida... Porque antes de saber para que servia o amor já era tarde para perguntar...e o preço do café subiu e ninguém tem tempo para o olhar, as moças de Ipanema foram para a puta que pariu e o soneto amor total não flui mais lágrimas nas mocinhas bronzeadas artificialmente de idéias insolúveis em boa água. Antes o esboço era bonito e o vestido rasgado e feio é arte nas pernas das moças rebeldes e ocas. O abismo está gritando em todos os lugares, nomes lindos de princesas perdidas e feiticeiras irradiantes e lindas. 1, 2, 3 4 mil motivos para ser feliz divididos em suaves parcelas de sacrifícios vãos, de mãos livres e abraços sem gente. A boca vermelha engolindo o rapaz e lhe cobrando caro o sacrifício do prazer enquanto escambo de ações.

E arte criando metáforas, facas sujas de sangue...o abismo no centro dizendo-se espelho...35 garrafinhas pet formando um coração oco e vermelho, uma coca-cola antes do cálculo frio do final de namoro errado e. A mocinha suicida escutando Chico e remoendo memórias precipitou-se na ponte mais próxima e findou a agonia de existir.Será que tudo pode ser dito? A mocinha não disse nada a ninguém.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Corpo em brasa na tarde cinza, verbos imprecisos e palavras descrentes porque a política dos verbalismos sempre me abandona quando me perco na sensação esperta, ébria e quente. Atração do seu corpo e eu quase me dissolvendo na vontade de você porque não sei o que eu disse quase não sei lembrar o que você disse. Você não cabe na minha sintaxe, sua precisão é de signo , de pele, de paladar, de mordida . Porque por você eu criaria mentiras eróticas e intensas de noites acordadas e dia vermelho. Brilho de água no chão e a tarde cinza foi ficando quente na minha boca e seus desenhos povoando minhas vontades...e seu gosto abrindo espaço no meu desejo . Fome de você vai me enfraquecendo de palavras e em silêncio vou querendo seu corpo , seu calor, lábio e língua...quase não existe palavra pra dizer da confusão que você vai fazendo nos meus sentidos tão espertos quanto atônitos e nervosos. Haja chuva, chuva aja...ou não durmo. Preciso do seu corpo em pele , em silêncio, em brasa e em mim. Corpo e libido, língua e libido, lábio e libido...você, fome de você. Abandono a linguagem.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Calma, calma, calma. O abismo me parece inevitável.Se meus sentidos me enganassem eu acreditaria em todas as promessas noturnas .
Cansada, cansada, cansada. Se eu fizesse um filme para agredir seus ouvidos, sangrar essa sua pele bonitinha e cheirosa.Um filme onde o protagonista envolvesse o espectador em seu desespero e onde todos os personagens tivessem um grande buraco na testa e no fim ninguém de fato mudasse porque enxergaram a inutilidade do movimento contrário aos seus instintos ferozes e piedosos. Uma puta piedosa que não cobrava seus serviços aos miseráveis, chorava lágrimas quentes toda manhã por Henrique, um travesti de lábios grossos e vermelhos e caráter corrompido pela vaidade que lhe pedia peitos novos e bunda empinada. A puta foi mulher dos machos ordinários e seu dinheiro alimentava a vaidade de Henrique e também seu próprio gozo de comprar um corpo, comprar,comprar,comprar. Queria escrever uma história que arrancasse poesia do lixo hospitalar, o lixo hospitalar é o que mais fertiliza poesia: seringas sãs, sangue doente, sangue seco na ponta da agulha, algodão com secreções, nossos pedacinhos se fragmentando aos poucos , é muita poesia.Meus esmaltes também podem trazer uma poesia plástica com a acetona esterelizando minhas escolhas. E os cílios mais negros, o dente mordendo o lábio, o lábio lembrando a noite e a noite eternizada em insônia insana...a vida poderia ser um filme. Seríamos críticos dessa fotografia gritante, dessa puta vida!!!!!!!!!