sábado, 25 de junho de 2011

Poema só para Jaime Ovalle


Quando hoje acordei, ainda fazia escuro

(Embora a manhã já estivesse avançada).

Chovia.

Chovia uma triste chuva de resignação

Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.

Então me levantei,

Bebi o café que eu mesmo preparei,

Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei

[pensando...-

Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei.


Manuel Bandeira

quinta-feira, 23 de junho de 2011

paralelamente vendo!

As relações são tão frágeis e lindas. Empurramos palavras demais e entupimos de conceitos descartáveis no nosso café com leite e pão com manteiga, queremos terapias para entender a natureza, é tão humano sentir medo quando a gente enxerga o sol. Será que é medo de finitude? não contemplamos o bastante, o sol deve ser mesmo eterno, o amor é eterno, essas coisas lindas e inexplicáveis não podem durar menos que a eternidade, claro que não! confirmem, por favor, que não. Queria que todo pão tivesse menos suor e mais alegria. Não sinto meu amor quando meu corpo só responde a instinto, porque que eu penso que o afeto que se tem pode salvar o mundo da cocaína, do imposto, do imposto,do imposto, do impooooooooooosto. Pode matar nossa selvageria besta de civilização, pode destruir esse rato da moral, odeio moralismos pungentes, queria as coisas macias, livres do poder e querendo só afeto, ai, sou tão neohippiepóspresente. É muito vergonhoso querer botar meu afeto e minha força nesse espaço que é de nada e de tudo? emaranhado de idéias que nascem e morrem toda hora.Adoro ouvir dezesseis da Legião. E os pedaços do opala azul de Johny pelo chão. Minhas mãos estão num vão incalculável. As pessoas que se aproximam ultimamente, não tem braços, mãos, não sinto, não calculo ou memorizo peso, pele, cheiro.Será uma existência paralela? Mas o mundo é tão linnndo.Chega a doer tanta beleza, na cidade que me hospedo a fumaça trabalha duro para desviar o olhar, o olho é preciso, preciso acreditar no céu pra ter o pé na terra sem medo de afundar em meio aos gritos e dores da carne, da consciência, a consciência é um rato comendo nossa língua, nossa palavra. Tô com medo, meu afeto tá virando pedra em meus nervos, quero virar líquido e amor e banhar de lágrimas e suor meu amor em outro corpo projetado como nuvem linda e pesada. quero ser a chuva, quero ser a chuva, quero ser a chuva, quero ser a chuva, vou pro Ibira com o Pessoa e o bandeira. Vou-me embora. Tenho que me salvar de mim, muito densa, quero vê os casais, vê o amor desfilar, ainda que nos outros.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sobre a parada gay. E o poder de afirmação o que se diz?


A democracia da diversidade. Quem disse que há? piada, das boas. O pensamento crescente de liberdade sexual esbarra na barbárie dos carecas, " Mas as pessoas na sala de jantar tão preocupadas em nascer e morrer". E todo mundo mudo ou muda-se de assunto pra comer melhor com arroz e feijão.Essa mulitidão toda que vai às ruas é pra quê afinal? orgias da carne? expôr sua ferida que a família arranha sempre que pergunta_Você pensa em filhos?. E os namoros?. Um pensamento do século passado me fez pensar melhor sobre se é necéssario afirmar-se .

Michel Focaut escreveu A História da sexualidade um ponto de vista interessantíssimo para dizer da sexualidade. Diz sobre desmestificar o sexo, dissolver a ideia de que o sexo é a grande descoberta "realizar-se como mulher"? "realizar-se como Homem"?. Para ele numa sociedade realmente democrática não é preciso dar notícia do seu sexo pra ninguém "se eu preciso me reafirmar em algum lugar eu já me tornei vítima". Para ele a única subversão boa em relação ao sexo é viver o sexo com prazer sem precisar desenhar isso pra ninguém.

Eu me apaixono por esses pensamentos que vão irrigando minha maneira de pensar chacolhando meus conceitos e o colo da filosofia é sempre o que me é mais macio.

Porque as coisas novas estão me aguardando em livros que ainda não abri. Colocar-se no ponto de vista do outro pra dizer de um velho tema.

A liberdade se perdeu nas redes dos exibicionismos latentes , embora o que se tenha de mais bonito esteja numa gaveta que só a gente sabe.

Ando lendo poesia e flosofia, estou, na verdade, tentando me salvar. Percorri pensamentos budistas sobre verdades ancestrais, Entre o nirvana e o sansara querendo a paz que também nós, ocidentais ignorantes , queremos absorver dia qualquer, depois da quarta-feira de cinzas.

Quando o amor é unidade a gente sente uma calma transbordar do peito, não sei se resignação diante da condição humana de sede ou se amor vindo mesmo de dentro. O fato é que conhecer uma ideia sempre me alegra e me acalma como proporcionalmente me entristece conhecer gente sem ideias nem curiosidades.

Comecei o texto dizendo de sexualidade e agora esbarro nessa amplidão fragmentad que vou traçando sem definir nada com a fluidez de quem nada sabe. Quero estudar blocos de ideias pra olhar melhor sobre minhas verdades efêmeras e frágeis e só a escrita me tira do desmaio que é a rotina de ônibus e gestos mecânicos que o meio social nos impõe a encenar.

Quero dançar com meus prazeres simples e lindos como um espreguiçar-se depois de nadar.

A vida pode ser linda, lida e escrita.

sábado, 4 de junho de 2011

"Pegue sua solidão e tire pra dançar..."(Marcelo Camelo)





Tenho feito o que a frase sugere, ando mais calma ultimamente, Talvez sejam minhas reflexões acerca do último livro que li, Sidarta ( Hermann Hesse), os ares do pensamento budista sempre me fazem olhar com placidez, mesmo em tempos de confusão , mar revolto, dor no peito e saudade.

Meu olhar tem se demorado muito nas pessoas idosas, descobri que não tenho medo nenhum da velhice, eu que amo essa rebeldia adolescente diante da hipocresia de valores que temos como moralidades pobres e podres. O inverno tá chegando, hoje encontrei um caminhão com morangos bonitos, vermelhos, nada como as coisas colhidas na sua safra, a naturalidade dos eventos trazem um frescor bonito para as frutas, para as frutas? Eu tenho tanta pressa às vezes, essa minha intensidade nas relações, me faz morrer precocemete em meus anseios.

Falar de velhice parece assustar nossa vontade de eterna juventude e vigor. Quero profunda, profunda a mente num estado bonito de procura de interesses densos e pesados com desejo de vida como a movimentação que gira em torna da mísera existência e porque esses motores de ônibus que ouço tão cedo nos levando me machucam tanto? há humanismo no meio de tanta máquina, cadê a gente? Engolidos no luxo, no gargalo de gente batendo ponto, batendo uma, agredindo a gente que ainda há nesse nosso mecanismo sem fio e sem fim.

Deus que me ouça e saiba do medo que tenho de perder essse freio que encontro nas reflexões acerca de existir, existir como sinônimo de Carpe Diem, colher o que o dia me oferece sem medir seu peso eu fazê-lo palavra -pão, apenas palavra seja, comendo minha raiva e me fazendo calma e cúmplice de um rosto feliz e disposto.


"Sei que dois e dois são quatro

Sei que a vida vale a pena

Mesmo que o pão seja caro

E a liberdade pequena" F.Gullar


E se antes de ver pudéssemos sentir, gozaríamos mais em todo o sentido limpo, erótico e conceitual da palavra. Eu sonho diariamente que o meu corpo possa transformar em carinho o amor bonito e limpo que carrego, acabou de nascer a novidade nos olhos de quem tem amor como afeto extenso nos membros e movimetos. O inverno chega mais quente e calmo que antes, antes é tudo que nunca exstiu e por isso o tempo é uma grande ideia absurda,não há tempo. Saibamos nós, amém.















quinta-feira, 2 de junho de 2011

Abaixo segue minha primeira produçao dissertativa para a sala de aula,um modelo dissertativa para que meus alunos aprendam e apreendam a estrutura de uma dissertação subjetiva, rs rs soou sério.



Sobre embriagar-se


A arte. Há quem diga que a arte é um conjunto de regras para dizer ou fazer com acerto alguma coisa. Para o professor Keating (personagem vivido por Robin Williams no filme “A sociedade dos poetas mortos”) a literatura, a poesia são mais que códigos, sintaxe e semântica.
O professor Keating comunga com Charles Baudelaire quando diz da necessidade do lúdico na vida. “Lemos e escrevemos poesia porque somos humanos”diz uma de suas falas. Para Baudelaire “ É preciso estar sempre embriagado(...)De vinho,de poesia ou de virtude”.
A arte é mais que estética, equilíbrio e forma. A arte tem função elucidante dentro da vida. Penso em todos os momentos que uma poesia salvou-me do tédio de um domingo chuvoso ou de como certas músicas embalam minhas lembranças. As inquietações Machadianas, a possibilidade de conhecer novos modos de enxergar o mesmo problema.
Quantos lugares pode-se conhecer através de páginas? Inumeráveis possibilidades de descoberta e amadurecimento de idéias. O lúdico abre a porta para que nossos medos desfilem, na imaginação tudo é permitido e permissível.
Quantas obras inquietaram ,chocaram e até escandalizaram modos de ser e de pensar de outros tempos? O mito , a religião, o sagrado, o erótico, o realismo, o fantástico,todos esses, formas de narrar a vida sobre determinados prismas, afinal “ cada ponto de vista é a vista de determinado ponto”, escolha um e observe, isso não significa mudar de opinião a cada novo livro , a cada novo filme. Essa nova visão diante de novos conceitos é que amadurece nossas escolhas, além do aspecto lúdico a arte desperta nossas faculdades cognitivas.
Para dias de sol, poesia, em dias frios, contos. Minha religião é a arte não só como uma redenção para um dia difícil, mas como catarse de dúvidas e medos possíveis.
A arte cumpre função elucidante, porque “A gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão e arte”
A palavra supera a função comunicativa quando consegue criar reflexões diante do mundo e questionar a vivência e os porquês da condição humana.











Adilma S. Alencar. 30/05/11.Língua Portuguesa