sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

ENCONTRO, ENCANTO, EM CANTOS.
Era só um pouco de afeto em meio ao caos solitário que a cercava. Não havia espaço para a contemplação, para as frases imprevistas e únicas. No primeiro encontro só cabem clichês de pensamento pós- modernos de ilusões fundas das cavernas Nietzscheanas . A fotografia antiga, aquela da conclusão do ensino fundamental, que atrás de você aparece a bandeira do Brasil?, então, ela não diz mais nada sobre você. Você não tem identidade nenhuma e no fundo isso traz uma desespero calmo e frio. Fala de rituais ocidentais, de criações circundantes, como se isso lhe fosse familiar , talvez mais pelo caos do que pela beleza, perdeu a noção de beleza porque desde que conheceu a dor toda beleza é um punhal brilhante na carne anônima de qualquer personagem desconhecido e o que você diz não tem consistência, nem a tal densidade que lhe atrai em qualquer forma de criação e ser. Essa menina caminha para o infinito como quem caminha para casa. . Tem sapatos gastos, mochila pesada e pensamento cru, assim, de qualquer coisa, não sabe mais temperar idéias. A sintaxe é fraca, tesão morre se lhes impõem jogos burocráticos de prazer. É descrente a menina. Como se a vida nascendo lhe espantasse tanto que só lhe restasse o olhar fixo e vago mudando de cor que nem seus olhos no outono.
A outra do outro lado era um mistério impossível de se alcançar, um vulto que o olhar acompanhou querendo saber quem é. Uma nuca que excitava a menina e um conversa possível aconteceu. A moça em questão carregava nos olhos e nos outros sentidos o espanto da novidade por assim “ser” ela , viajava em abismos bonitos e impossíveis, com a ousadia de quem desconhece qualquer forma de outro que lhes apresente , criou um signo de força e prazer, liberdades impossíveis de ser, se houvesse antes um entendimento programado e seco...Não era desejável uma explicação possível.
O café ficou em 15º plano. O pasmo era o de ver e ouvir uma necessidade de palavras ocas, aquelas que ecoam pensamentos possíveis alimentando verdades sãs , enquanto o relógio trabalhava, um homem carregava a vida na cabeça, uma mulher carregava os sonhos numa imagem, um homem corrompia o corpo de uma mulher, uma mulher acabava com os sonho de homem, alguém morria, alguém gozava, alguém sangrava e a menina desejava com uma calma irritante , por acréscimos de ficção, aquela outra,possibilidade de paladar, de tato, tetas, tintas e tantas outras coisas não poéticas e táteis e lindas,,enquanto o café esfriava....mas tudo era regado à água, café e pão de queijo, chuva de fim de dia, trânsito de cidade urbana, pressa de rota e de rotina e vontade de mais. Mas ( conjunção ganha de advérbio?) a sintaxe que se dane, ela procurava signo nas suas nuances, ela ainda procura e desencontra e encanta-se ,ela é doida e dada à outra, que ,de repente, nem existe!!!! É outra, sempre, outra. Bonita e distante.Desejável.

Um comentário:

  1. Letras. Vontades absurdas e surdas.
    Semânticas não dormem. A cidade, embriagada, sim.

    Te gosto.
    Te admiro.
    S

    ResponderExcluir