domingo, 1 de abril de 2012

“Desenlacemos as mãos” , você disse. O mundo mostra um ninho de amor em todos os corpos, um jeito de morrer em cada copo, um alívio em cada gole. A felicidade é coisa sem casa, é anômala , nômade, é pedaço de pão, cortina aberta, zíper aberto, pés descalços na cama, mãos calmas e quentes, café com palavras e carinhos, vidros colorindo o quarto, criança vendo a lua...A felicidade já foi seu corpo cheio de tesão, já foi sua raiva, já foi minha força no seu cabelo, já foi sua sombra, minha sobra. O mundo engole nossas vontades e cospe qualquer coisa parecida com alegria. Farsas e farpas por vezes machucam meu peito já forte pelo tempo. O Sereno me levou à descrença dos bares. Recusei. voltei a minha solidão de café, letra e Marisa. O mundo é mais que esse bloco de aço que desfila sem melodia. A substância é a hipótese líquida de ainda EXISTIR gole de vida, saliva de afeto, semente de girassol . O tempo é a possibilidade, é a porta. O tempo É O PARTO. Me parte em possibilidade de CARNE, de sangue, de GENTE dentro de casa, de poesia às 3h da madrugada, sob a lua cúmplice . A VIDA AINDA ANDA, INSISTE NUA, LOUCA E LINDA MEU CARINHO HESITANTE.

2 comentários:

  1. Tudo insiste... Na crueza das incertezas, na falsidade dos achismos e na potência do gosto verdadeiro que sobra na língua.
    Tudo escorre e no minuto seguinte, vira outra coisa.
    A
    M
    O
    Seus escritos!!!!
    Si

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