sexta-feira, 6 de abril de 2012

Quase nove anos sem seus olhos querendo que eu chegue mais cedo. Seu olhar é a coisa mais terna que já encontrou o meu . Essa dor do seu olhar me desespera, me desespera. Meu plano de ficar perto não deu certo ainda, quantas lágrimas inesperadas foram separando a gente. Nem com muito esforço teríamos imaginado esse cenário todo. Esses muros de sal afastando a alegria. E hoje qualquer data cristã, que para a senhora representa a alegria (resignação) , é choro, lamento e solidão, e para mim, a exposição de minha impotência diante da violência do que “É”, a afirmação das coisas é sempre maior que a nossa vontade, mas como lhe dizer disso? A senhora que sempre plantou o amor e a bondade aos moldes cristãos, sem nunca questionar nossa falta de tudo,quando sonhar era pecado, porque era impossível ou difícil demais, e quando crescer era um fado, um fardo sem descanso ou mudança. Quando tive o olhar mais maciço , cru, orgânico, eu soube das correntes que o “amor “ prende no pulso, no passo. Essas correntes aqui nos meus tornozelos me cansando o corpo, me tingindo o dia de sangue. É impossível ficar indiferente às suas lágrimas, sua dor. HOJE, ser MÃE é a coisa que mais lhe dói o corpo, a calma, molham seus olhos de sertão...e me deixam triste, triste e impotente!!!

3 comentários:

  1. Ei, minha pequena... toma meu ombro e repousa aqui.
    Sabia que SEMPRE que nos encontramos vc falou da sua mãe? Sempre soube do seu amor por ela e acredite, ela também !!!! Ela sabe do seu amor.

    Não deixe que a distância pese...
    Não deixe que a ausência te machuque tanto assim.

    Ei? Encosta aqui nesse ombro que aprendeu a te amar. E, sorri?

    Bjs e saudades,
    Si

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  2. Tem dia que essa dor é maior que eu.As correntes são lindas, são correntes.

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