terça-feira, 12 de junho de 2012

        Uns anseios , como se de repente eu fosse explodir ou flutuar, chorar no meio de uma comédia, levar um tiro enquanto rio, matar alguém enquanto canto.
        Durmo menos nos últimos meses, bebo mais café , falo menos nas últimas semanas. Abandonei as coisas que são muito minhas, cerco as pessoas anônimas com meu olhar, cubro de dúvidas quem me encara, lanço meu corpo cansado num colo frio e distante e sinto medo de mim tanto quanto da outra.
       Sem crédito para o futuro, meu café vai amargando as datas,  excedendo os prazos.Tenho assustado os que me tem afeto com um certo silêncio nos últimos dias, sigo querendo uma transparência mentirosa, esse discurso já repetido, esses dizeres já sem carne, minha pele  vai ganhando marca, os pés sangram no cansaço e as mãos, atadas, esfriam sem espera. As unhas vão perdendo a graça dos meus esmaltes, os meus batons e perfumes não enfeitam o corpo.Aqui, alguém se perde. num mundo que fiz muro, porque a hipótese, bem sei, pode ser veneno.

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