segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Quando abri a porta hoje de manhã , como nos últimos anos não havia ninguém lá, e como haveria de ter ? moro só. Me joguei na cama, acordei com uns raios de sol me esquentado o rosto , carícia boa de pós balada. Se não tivesse bebido preservaria ainda o gosto da boca dela na minha, um batom com um gosto cítrico ou teria sido o meu? Não. ontem usei o de morango, meu preferido. Dormir um pouco que mais tarde a rotina volta.
Às 16:30h o Serginho me pega, irritadamente pontual, ele chama meu nome enquanto conversa com a vizinha que acha que ele é um bom rapaz e vive puxando brasa pra sardinha do Serginho.”trabalhador, de boa família e gosta de você, você tem sorte minha filha” ela diz enquanto levamos o lixo até o portão todas às quartas..Eu sorrio e pergunto da última fofoca televisiva, nada é mais interessante para dona Marta do que o último bafafá da novela das oito e assim eu me esquivava de perguntas para as quais não tenho respostas precisas. Ontem antes de combinar com a turma a balada no centro pensei no Serginho. Melhor deixar que descanse, trabalha demais, não deixa de ser verdade, embora uma conveniência para mim é claro.
Mas ontem enquanto bebia uísque com pouco gelo Serginho não existia porque não cabia entre as luzes coloridas, as coreografias gays do Alex e as plumas amarelas e rosas de Claudinha. O blues pensado da última hora de balada fiz os corpos se acalmarem, se atrairem e com o mundo, pois sim o mundo, na quinta dose de uísque você acha que a balada é o mundo, conspirando ao seu favor, a boca só segue seu destino pré destino na outra boca que pode ou não ter batom, o rosto pode ou não ter barba, pode ou não ter blushe. Pois bem não tinha barba tinha batom e daí??!
Essa é a Renata.
Renata com freqüência saia, há dois anos namorava e traia o Serginho e há dois anos ele fingia não saber, encontrou o amor, diferente de Renata que oscilando entre calcinha e calção só descobriu sua bissexualidade que nada disse também porque é fácil e natural .
A moça acredita que o mistério que procura só encontrará no amor. Quando Serginho adverte sobre seu apetite sexual, ela sentencia a sua frase preferida, da sua autora preferida “o sexo é o susto de uma criança o inferno mesmo é o amor”. Depois de sair pra dançar com os amigos dizê-la é o que ela mais gosta de fazer e diz com a propriedade de quem não a conhece.
Comprou esmaltes pretos hoje e pretende experimentar uma balada gótica na semana que vem com o mais novo vizinho do sobrado. Ele parece com seu irmão e houve um interesse fraterno mútuo quando trocaram figurinhas levando o lixo pra fora na quarta feira. A dona Marta mudou-se e Renata ficou feliz por não ter que ouvir fofocas televisivas.

Um comentário: