A
representação das vontades: aqui.
Há tanta gente por aí. Uma menina
cresce acreditando que as nuvens são
mágicas, até, na escola, barrarem a imaginação, como se a linguagem não fosse
arte. A linguagem é amor: as imagens, as mãos, os livros evitam mortos de
gravata, de vestido. Renascer pressupõe um rasgo, uma seringa direto na ferida
no peito. Se eu morrer agora quando do amor eu dei? Estou cheia de amor,
poderia criar 5 filhos, casar , ter amantes e talvez não tivesse tanto amor, se
minhas mãos soubessem esculpir uma pedra,transformar uma madeira em símbolo, em centro. As palavras
não são justas e minhas mãos confundem as pessoas queridas. Correnteza em olhar, construo uma casa e faço amor com
meus sonhos. O ponto de equilíbrio é a
graça da luz, da vida entre um terminal
de ônibus e uma fila de gente, uns pensamentos soltos, pessoas vão aos poucos
sendo pessoas. Qual o melhor olhar para saber delas? Construtores de rotina,
cansaço de roupas que se repetem, ou ainda, homens e mulheres cheios de força e
luz nadando contra a opressão de suas próprias escolhas, do vínculo com a
instituição, do verbo rasgado da igreja, da família vestindo os que insistem em
ser nus, a lágrima da última despedida quase amputando os braços. Mas os
braços, os dentes, as veias com sangue espesso, a vida insiste cheia de flor a
cada pessoa bonita que sorrir, a cada afeto gratuito, a lua tira sarro de qualquer tragédia, ela acelera meu ritmo ,
me põe em transe.
Qual o gosto do seu sorriso largo? Quando
foi mesmo que vi?
Eu não tenho medo de morrer, mas a
vida às vezes me assusta, vejo gente presa em cruz, em grade, em preço. Dá medo
de saber desse itinerário, meus nervos pulam.
A ideia reguladora de tantos é uma tenda de opressão e medo, não quero TER, TER.
O que é mesmo TER alguém? Se eu só
sentisse seu corpo, seu pulso, gosto e resposta a minha vontade, uma comunhão
limpa, sem medir forças, sem vaidades? Se eu derramasse amor nas suas estrelas
e flor no seu perfume? Acalmasse essas
interrogações vãs que eu engulo com café com leite e pão com manteiga. Não lhe
peço nem verbo, nem espera, peço comunhão em sim, em mãos em comum carinho.
Eu não sei dizer disso, tenho umas coisas se derramando em perfume e
cores que gostaria de derramar no seu dia, antes que seu gosto se apague em
mim. Logo a gente morre, é tão lindo morrer, tão preciso viver, tão precioso,
tão flor, pão e água.
Modos
subjuntivos.