domingo, 29 de abril de 2012

Eu sou um lixo.


                        Quero dizer que eu sou um lixo, um lixo não merece um texto, mas escrevo assim mesmo, a internet  também tem lixo, eis aqui um espaço sem corpo, tão difícil ser, tão difícil o  amor, como se dá amor? Eu morreria por essas pessoas que amo, amo, amo, mas como magoam às vezes,  eu não sei amar, não sei,  porque quando penso que sou a hipérbole do afeto, me interpretam com a frieza de uma estátua grega,  distante e imparcial. Eu não entendo o mundo, eu vou me calando, sucumbindo, talvez eu vá morrendo de algum jeito, mas me cortam  algumas palavras , vou chorar algum tempo, e ficar sem verbo, porque são verdades de outros, são facas, eu não posso fingir que não são facas. São sim, facas, me cortam, eu não sei devolver ,não me peça palavras que eu não tenho, querem mentiras que eu não sou, isso me torna vil?...Meu amor não vale nada? Eu preciso dessa merda de rótulo ,de discurso para me respeitarem, eu não sei como não desistir, eu não sei. Eu não vou cobrar,  não quero comunhão de pensamento, é tão agressiva uma cobrança que  repele a natureza do que eu sinto, penso e faço...Porque essa mágoa toda? Eu preciso tanto sumir, quero medir meus  gestos, é injusto, isso me corta, você me cortou, quando o abrigo cai,  sem colo e sem teto , porque ruir assim as relações? Eu sei que sou cheia de defeitos, mas onde eu achava minha fortaleza você chama de covardia,a serenidade que eu cultuo é medo? Estou um lixo, sou a construção de uma ruína, paradoxal? paradoxal  é descobrir que não estou construindo nada, não estou construindo nada,nada,  eu acredito nas pessoas sim, qual o gesto que me traiu? Sou vil, sou , não mereço mesmo crédito...você tem a razão, o que eu sou diante dela ?
                    O que me explica? Eu não quero agredir você, vou escrever , nesse espaço de ninguém, eu não posso seguir esse roteiro, eu estou tentando me encontrar ,mas ninguém ver, estou triste como o cão e ninguém ver, a simulação do medo, eu queria um abrigo que não me machucasse tanto, puta que pariu , eu cansei de ser forte, cansei, ninguém ver o quanto me custa, a pseudocalma é  instrumento de não magoar mais ninguém, esse desentendimento todo dói. Quais as ferramentas necessárias para o entendimento de que eu também quero ser feliz, é difícil olho para o outro quando se está fraco, eu nãoquero magoar ninguém, eu escrevo ,eu estudo, eu estou muito cansada desse mar de mágoa, a “terceira margem do rio”  não existe, existe a rotina, o “ todo mundo correndo atrás” a infelicidade reinando, puta que pariu, eu cansei, cansei  mesmo, eu não consigo , não sei impor para você o que eu acredito, acredito só na diferença e no estranhamento, qual a possibilidade de felicidade nessa violência toda? você me violentou, me sinto vil, menos pelo que você me cobra do que por como você me ver, era amor, eu também quis ajudar, sucumbi, vou morrendo, mas ninguém perguntou, todo mundo quer salvar o mundo, com síndrome de santo, eu sou um lixo, nem reze por mim, me perdi nas intenções, sou mesmo uma merda de filha, de gente, sucumbi mais  e mais e mais.Eu não sei, não quero mais tentar, não quero, quero ficar quieta.

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