Chorou diante dela. Fez tudo que os livros de auto ajuda não recomendam. Não foi forte, E fez questão de dizê-lo. Quis fazer alarde de sua dor. Disse de como ninguém nunca a amaria assim e que ninguém saberia cuidá-la em suas crises existências. Desceu a rua chorando entre as pessoas. Esperando o ônibus uma velhinha lhe pergunta se pode ajudar. "Não minha senhora, hoje eu morri"diz enquanto soluça feito criança, um jovem da sua idade não segura sua risada e solta uma gargalhada . Se irrita pega o primeiro ônibus que passa e tragicamente, como numa novela mexicana, desce no parque onde pela primeira vez se deu conta dela.
Fazia um dia de frio e chuva e ela ali, lendo um dos mais lidos. Ele olhou com preconceito para sua leitura e com interesse pela moça, boca e bunda eram mais importante e assim conversaram sobre todas as coisas do mundo: chuva, chinelos, cheiros e chifres.
Chorou, o Tietê certamente transbordou nesse dia. Pensava em como tudo isso pôde machucá-lo. Era só tesão no começo, pensava, quase sempre quando pensava nela havia uma cama no mesmo cenário. Lembrou de todas as noites não dormidas e não conseguiu lembrar quando aquilo se transformou nisso que agora soluça e não passa. Nenhuma conclusão.
Teriam sido aqueles poeminhas que dividiram a cama com eles ou a mania dela de perfumar os lençóis antes de se unirem em sexo? ou mesmo aquela idéia idiota de domingos em parques ou mesmo de brincar de índio e passar dia inteiro pelados? resignava-se em interrogações.
Deitou na grama e ali perto um casal quase transava de tanto amasso. Chorou mais ainda o rapaz. Tenta agora procurar razões para não chorar. Ela era um tanto careta, sempre com suas crises, não gostava do meu cachorro e não entendia nada de política, era difícil levar o papo adiante. E no sexo...niguém faz sexo oral como ela, e chora novamente até dormir na grama molhada.
Já é dia, e o rapaz é acordado pelo clarão das 5:30hs. Quem o visse, molhado jogado e de olhos vermelhos diria se tratar de um usuário de drogas e quem soubesse dele teria plena certeza. Uma droga.
Dilma,
ResponderExcluirNem preciso dizer o quanto gosto de seus textos,como disse antes,dessa sacanagem nas entrelinhas...
Estarei sempre por aqui,assim como estou sempre por ai.
E aproveitando a situação,deixa eu verbalizar o quanto gosto de você,viu!!!
Xeros,
Você se supera Dilma querida...
ResponderExcluirAdoro tudo isso... esses relatos tão humanos...
O comum se torna GRande em suas mãos...
TE abraço com carinho!