Um papel em branco, minha cabeça fica com inveja dessa imagem porque minha mente astá tão suja de idéias, tenho uma idéia por minuto e estrago as imagens , um sábio autor já disse que algumas palavras empobrecem as imagens. O sexo pode parir palavras mas dizê-las tira um pouco do ato que só quer aconchego e resposta porque sexo é o diálogo mais fácil entre um homem e uma mulher. Para outros pares isso não vale.
Quando um momento com aroma e textura e cor encanta de fato, melhor deixar sem verbos imprecisos.
Um soluço adolescente de um amor impossível diz mais em dor e desespero que Lord Byron em poesia. Diante da excitação de uma noite de sexta com balada bebida e amor não há frase de auto-ajuda que alcance o que se sente.
Uma flor pode trazer alegria a um coração feminino como sexo fácil leva ao coração masculino, mas há uma coisa que ambos conhecem que não há ato simbolista e sexual que pague: "liga" "química" é quando você olha pra alguém que em estado são você nem apareceria em público no entanto incoerentemente você não vê a hora de tirar toda a sua roupa e lhe falar coisas que nunca diria ao rapaz bom moço que lhe mandava flores e falava de cinema francês enquanto não reparava nas suas intenções de esmalte vermelho e saia sem calcinha porque se ele reparasse a crítica ao roteiro francês não estragaria uma noite bem latina com tequila, frutas e sem frases, cabem interjeições que são relativas e bem vindas.
Freud quer resolver tudo na cama mas o pensamento feminino é oblíquo tanto quanto os olhos de Capitu consultem Machado numa sessão espírita, que aliás tá na moda.
Gostaria de uma sessão com Clarice confessaria que tomei um porre por ela e interrogaria o Fernando Pessooa: Há paz enfim na morte? ou o martírio continua?.
Enquanto bebo minhas questões existenciais alguém morre, alguém goza, alguém aborta, alguém fecunda. Ah o moundo é caoticamente lindo, e há mistério entre pernas sangue e dor há vida sendo feita porque a ordem natural das coisas é a anarquia o sistema natural do mundo.
Há arte na galeria, não tão densa como as flores sujas da poluição e as capivaras sujas do tietê porque há mais gente aqui fora do que nas galerias repletas de símbolos, signos. Aqui fora as imagens tão grávidas e eu quero assistir ao parto de cada palavra como a palavra limpa e virgem de sentido que vai nascer eu sinto o mundo grávido de um novo conceito que há de querer palavra mais gente, mais justa.
Não vamos esterelizar esses partos pois a palavra orgânica é mais bonita e humana como já deixamos de ser com tana palavra usada velha e sem asilo.amém.
sábado, 9 de outubro de 2010
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Ontem um anjo desceu em forma de borboleta azul com tracinhos amarelos e quis me dizer alguma coisa, mas só pousou numa flor feia num canteiro perto da estação de metrô onde eu parei pra vê-la. Eu tão confusa nos últimos dias tão distante das coisas que me cercam quis um instante com a flor feia e a borboleta colorida o que será que tem nas cores, no existencialismo pulsante e óbvio da vida enquanto; flor, carne, unha, osso e sangue? Os símbolos são nosso inferno metafísico e neurótico? ou é a necessidade da arte vigiar nossa pseudo-sanidade enquanto cria escrava das nossas inquietações?. Sempre tive atração por interrogações e exceções, mas a rotina tende a domesticar meus instintos, viva a borboleta que me salvou num dia de caos enquanto a cotação do dólar preucupava nossos economistas e uma senhora numa cozinha qualquer corta cebolas sem interrogações.
Um cachorro vestido de rosa com uma coleirinha lilás diverte uma mocinha em frente a estação de metrô, ele já não corre por instinto, só pega a bola ao comando de sua dona. Eu morro de medo que a rotina me enfeite com uma coleirinha lilás.
A borboleta é mutante na sua vida de 36 horas. Ela me que há lugar onde o amor não se chama amor e que o instinto ainda é a ordem natural das coisas, e onde há liberdade de ser sem parecer coisa comum, onde a política é a anarquia, mas ela morreu antes de me dizer onde fica tudo isso.
Um cachorro vestido de rosa com uma coleirinha lilás diverte uma mocinha em frente a estação de metrô, ele já não corre por instinto, só pega a bola ao comando de sua dona. Eu morro de medo que a rotina me enfeite com uma coleirinha lilás.
A borboleta é mutante na sua vida de 36 horas. Ela me que há lugar onde o amor não se chama amor e que o instinto ainda é a ordem natural das coisas, e onde há liberdade de ser sem parecer coisa comum, onde a política é a anarquia, mas ela morreu antes de me dizer onde fica tudo isso.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Chorou diante dela. Fez tudo que os livros de auto ajuda não recomendam. Não foi forte, E fez questão de dizê-lo. Quis fazer alarde de sua dor. Disse de como ninguém nunca a amaria assim e que ninguém saberia cuidá-la em suas crises existências. Desceu a rua chorando entre as pessoas. Esperando o ônibus uma velhinha lhe pergunta se pode ajudar. "Não minha senhora, hoje eu morri"diz enquanto soluça feito criança, um jovem da sua idade não segura sua risada e solta uma gargalhada . Se irrita pega o primeiro ônibus que passa e tragicamente, como numa novela mexicana, desce no parque onde pela primeira vez se deu conta dela.
Fazia um dia de frio e chuva e ela ali, lendo um dos mais lidos. Ele olhou com preconceito para sua leitura e com interesse pela moça, boca e bunda eram mais importante e assim conversaram sobre todas as coisas do mundo: chuva, chinelos, cheiros e chifres.
Chorou, o Tietê certamente transbordou nesse dia. Pensava em como tudo isso pôde machucá-lo. Era só tesão no começo, pensava, quase sempre quando pensava nela havia uma cama no mesmo cenário. Lembrou de todas as noites não dormidas e não conseguiu lembrar quando aquilo se transformou nisso que agora soluça e não passa. Nenhuma conclusão.
Teriam sido aqueles poeminhas que dividiram a cama com eles ou a mania dela de perfumar os lençóis antes de se unirem em sexo? ou mesmo aquela idéia idiota de domingos em parques ou mesmo de brincar de índio e passar dia inteiro pelados? resignava-se em interrogações.
Deitou na grama e ali perto um casal quase transava de tanto amasso. Chorou mais ainda o rapaz. Tenta agora procurar razões para não chorar. Ela era um tanto careta, sempre com suas crises, não gostava do meu cachorro e não entendia nada de política, era difícil levar o papo adiante. E no sexo...niguém faz sexo oral como ela, e chora novamente até dormir na grama molhada.
Já é dia, e o rapaz é acordado pelo clarão das 5:30hs. Quem o visse, molhado jogado e de olhos vermelhos diria se tratar de um usuário de drogas e quem soubesse dele teria plena certeza. Uma droga.
Fazia um dia de frio e chuva e ela ali, lendo um dos mais lidos. Ele olhou com preconceito para sua leitura e com interesse pela moça, boca e bunda eram mais importante e assim conversaram sobre todas as coisas do mundo: chuva, chinelos, cheiros e chifres.
Chorou, o Tietê certamente transbordou nesse dia. Pensava em como tudo isso pôde machucá-lo. Era só tesão no começo, pensava, quase sempre quando pensava nela havia uma cama no mesmo cenário. Lembrou de todas as noites não dormidas e não conseguiu lembrar quando aquilo se transformou nisso que agora soluça e não passa. Nenhuma conclusão.
Teriam sido aqueles poeminhas que dividiram a cama com eles ou a mania dela de perfumar os lençóis antes de se unirem em sexo? ou mesmo aquela idéia idiota de domingos em parques ou mesmo de brincar de índio e passar dia inteiro pelados? resignava-se em interrogações.
Deitou na grama e ali perto um casal quase transava de tanto amasso. Chorou mais ainda o rapaz. Tenta agora procurar razões para não chorar. Ela era um tanto careta, sempre com suas crises, não gostava do meu cachorro e não entendia nada de política, era difícil levar o papo adiante. E no sexo...niguém faz sexo oral como ela, e chora novamente até dormir na grama molhada.
Já é dia, e o rapaz é acordado pelo clarão das 5:30hs. Quem o visse, molhado jogado e de olhos vermelhos diria se tratar de um usuário de drogas e quem soubesse dele teria plena certeza. Uma droga.
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