sábado, 2 de julho de 2011

"A objeção, o desvio, a desconfiança alegre, a vontade de brincar são sinais de saúde. Tudo que é absoluto pertence à patologia"" (Friedrich Nietzsche)


E eu sigo acreditando que minhas dúvidas são saudáveis. "O mundo anda tão complicado", quis amarrar o cadarço do seu all star vermelho e velhinho, mas você parecia ter pressa, não tomamos café junto, acho que meu café tá fraco, frio. Eu acho que é esse pó, será que se eu trocar a gente pode ficar mais tempo na cama? Os comerciais de t.v. dizem que com perfumes e banda larga seremos todos felizes. Eu queria ter amor pra te dá, tanto quanto eu amo a cidade suja e cinza , a água e o céu. Quando você me disse que iria embora para sempre eu fiquei tão triste que esqueci de me alegrar da novidade que eu sempre quis, eu não sabia o quanto não te amava, e isso não tem nada a ver com o seu gosto por filmes clichês americanos, ou pela música ruim que você ouvia. Eu sofri porque eu era egoísta. O amor de uma ave por uma árvore nunca daria certo, não sabíamos de quem eram as máscaras que escorreram nos nossos rostos molhados e vermelhos, foi tudo tão lindo e delicado até nosso fim, nosso amor era um enredo Clariceano com trilha sonora do Marcelo Camelo, mas o fim cazuzeou qualquer tentativa de arte. Virou romance realista cheio de cinismo e mentira. Talvez por força de futuro presente que é tão Horizontal e contemplável. O cheiro de café invadiu a sala de novo e quase saí correndo, a repetição dos gestos foi criando uma teia de afeto e tesão de olhos, e corpo morno e macio.
Era seu sal no meu lábio o que ardia todos os meus sábados, e no domingo eu vi 4 milhões de pessoas ansiando amor com o corpo em inclinações dionísicas e humanas porque quem santificou o homem? O homem também é um pedaço de carne e bem irracional, por vezes. Quem mandou saber-se? sabe-se quem?. Uma chuva me acalmou quando seu corpo saiu do meu hoje pela manhã, você voltou pra rotina de ônibus e fiquei lembrando do seu céu dia iinteiro.
Antes do verbo, antes do verbo, antes do verbo mate minha sede, será que um dia eu posso engolir você?

2 comentários:

  1. Gosto muito da criatividade e da inquietude dos seus textos. Beijos.

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  2. O texto me silenciou, muito bom.

    As citações e as críticas foram muito bem colocadas. Agora, procura a resposta dessas perguntas na TV.

    Abraço!

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