domingo, 15 de maio de 2011

Uma página em branco é um corpo novo pro meu gozo instintivo de expressão. Planos e panelas da cozinha à cama tentando comer um velho conceito de Deus , de paz de imoralidades necessárias pra xingar e maldizer meus desafetos, quis tanto calor que queimei meus amores, eu faço fogueira de tudo que amo. Coloco na cruz, vejo sangrar.
Choro, chorei compulsivamente minha dor até meu chope ficar salgado e o garçom perder a linha e rir de mim, enquanto eu me esquecia e só lembrava de você , naquele boteco sujo.
Uma toalha, um chinelo grande demais pro meu pé, e uma dor grande demais pra nossa erro, minha casa, meu quartinho. Castelo só por não ser de ninguém além de nossos desejos de puro libido. Eu pensava que era amor o meu despertar primeiro pra novos gostos mornos , quentes e calmos. Faltou pudor, experiência e juízo nunca tive, terei.
Ser só, muitas vezes implica ser de todo mundo e eu não sei o que é melhor.
Posso me descobrir em muitas camas, e isso pode me esconder de muita gente que eu enterrei antes de queimar. Não era amor, amor é a eternidade, e isso ninguém conhece, uma mosca morre num vôo suicida de encontro ao meu copo de campari, eu bebo cerveja e mato minhas moscas embebidas em qualquer coisa que não seja refrigerante.
Faltou linha e costureira, o vestido rasgado não teve jeito e a moça não foi ao seu primeiro único encontro antes de seu avião se despedaçar sobre o mar carioca , mas “ é melhor ser alegre que ser triste’ e antes de seu enterro, Leonardo, seu futuro nunca namorado foi “ mexer bunda lêlê” no morro, que vive em todo carioca, que vive em tudo cariocamente bendito.
O fruto que nunca nasceu, porque semente também morre antes de matar de esperança, e foi assim que Maria pensou enquanto bebia o veneno, antes rezou pra santa preferida de suas tantas. E José desceu pela privada do banheiro da Universidade de São Paulo. Menos um amor numa vida sem paixão.
Quando penso em você desejo não tê-la conhecido, porque você foi coisa que eu criei, você na realidade é uma casa vazia e feia. Eu inventei cicatrizes no meio da sua cara pra que você tivesse uma história pra dizer, criei também seu gosto por quinquilharias da segunda guerra mundial pra assim te fazer culta e curiosa sem ser clichê. Também seus sapatos únicos e vermelhos fui eu quem desenhei e criei. As fotos com raio de sol, grama e “Ana Maria”, coisa minha. As mensagens sensuais às 03:30h, adivinhando meus desejos sexuais impronunciáveis, impossível ser você. Se você soubesse o quanto não te amei, não teria nem ficado com aquela carinha de puta arrependida quando me abandonou pra voltar pra bosta de vida que tinha antes que eu te inventasse, mas é isso meu bem ser fútil é ser aceita .
Quebrei a porta do meu armário porque minha cabeça é dura e o vidro não suportou, minha cabeça dura ganhou corte raso como meu pensamento em dia de sol no sertão, tudo é tão amarelo que minha cabeça fica sem tinta pra colori minhas ações, minha inaptidão pro amor, o amor não existe . Odeio a palavra amor, dizê-la dói em todos os meus nervos. Amor é sempre palavra mal dita, bem dita é seu oposto: liberdade

Um comentário:

  1. Dilma querida! Feliz em saber que vai estar constantemente por aqui... que vou me encher desses teus resmungos coordenados no último volume...

    abraço meu!

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