Vestida de branco, carregava duas rosas brancas e languidas do calor soteropolitano ,pisou na areia quente e branca, mesma areia em que pescadores pisavam,suados,testas franzidas e iscas esperando peixes, mesma areia dos cartões postais.O vento levantava seu vestido curto,balançava seus cabelos também curtos. Sua pele morena, suas mãos carregando rosas, os barcos quietos no mar,o cenário foi de azul-verde-mar,foi um delírio de luz , ali meus olhos nadaram livres, gratos,como quando um sol me invade.
As rosas dançaram no quebrar das ondas,Iemanjá lhe sorriu, eu sei, vi no horizonte.Areia, água salgada, pétalas dissolvendo-se na infinidade verde daquela manhã, sol pintando minha pele. Os pescadores curiosos adivinhavam a conversa das mulheres de água, apesar do olhar afoito pelo corpo de mulher, silenciavam, a fé na Rainha do mar, ou a espera do peixe, calava os desejos dos pescadores,e em paz seus olhos conversaram com ela. Nos pentes,perfumes e exuberância dentro de pequenos barcos escupidos em gesso leve repousavam os enfeites para agradar Iemanjá,lá seus olhos repousaram,emocionados do seu sal, brilhantes como aquele sol que brilha nas pequenas ondas , eu sorri e rezei uma reza de água,uma reza de sertaneja que encontra o mar pela primeira vez.
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