Porque eu acordo de madrugada sentindo seu
calor, às vezes em outros corpos, em novos lençóis.
Em pele;
Porque eu acordo, amor!
Latente vontade de você virando soluço... Fazendo amor
com a lua.
Ela me engoliu numa noite dessas.
Foi uma lua de agosto, você sabe que em agosto meu
corpo vira estrela e quer brilhar toda hora.
Foi nele que eu me perdi numa grande aventura de
pernas e força.
Elásticos abraços, círculos de mantras em agonia iluminavam
meus olhos febris.
Anjos desceram para brindar meus sorrisos ébrios,
ganhei colares de pedras raras.
Desci uma montanha de desejos satisfeitos, atravessei
um vale de ínguas cruas e bebi o sol junto a uma deusa nua.
Um deus erótico brindou à nudez e me sequestrou
durante horas.
Desci do sonho, rasguei as senhas, não aceitei as
esperas.
Engoli os impulsos, Expulsei demônios.
Deixei meu corpo quieto e você chegou com um copo de
sangue e duas maçãs verdes,
Quero entender seu vermelho me tingindo a alma, já não
morreremos de fome.
Até o entendimento das dissonâncias em ternura,
beberemos sua cor para aliviar nosso cansaço, o inferno pode ser servido em
taças de cristal, amor.