Frida
Bons filmes são sempre uma boa opção de programa.Quando o tempo parece invernar e a preguiça se aloja no nosso corpo tão inevitável quanto essa vontade de pipoca e de brigadeiro feito na panela,vê um bom filme é "tudo",na dúvida do que assistir pensei,pouco pois a preguiça já me dominava,por que então não rever?!e assim passei minha tarde fria com a FRIDA,tão pulsante quanto sua arte!Frida era antes de tudo romântica, no sentido mais agudo que a palavra possa trazer, tinha sempre esse sentimento e basta um olhar mais atento, um olhar de domingo de chuva, é a dor, a dor que passeia pelo filme que evidencia o quanto um amor de verdade é inexorável, e desedificante. Amor à arte e antes de tudo amor à vida, esse último só faz sentido com um amor na vida; grande fascínio que o filme exerce paira por essa grandeza de ser livre que FRIDA vive, sofre, sorri e chora; a vontade de vida, fome de sentimento, um banquete cheio de intensidade, acaba-se até acreditando no limite de viver como se fosse "agora" o que é amanhã, viver amanhã todo dia, há algo mais assustador que poder ser "FRIDA" medo e vontade o extremo das coisas, como Raul "faz o que tu queres pois é tudo da lei ",a vida é breve, mas nosso sonho não tem ponteiros, nunca soa, sempre voa no ilimitado; Penso às vezes tem que existir um lugar pra tanta abstração tão necessária à fuga da loucura! livros e quadros são insuficientes, a cidade deveria cobrir-se com tintas falantes, muros cobertos com poesias de um amor a nos falar de uma dor comum, que nunca é igual, é feita de diferença, a alma de FRIDA é ainda mais marcada que sua pele, as cores são o escape de seu amor tão pesado!
Hoje desejei uma gente mais gente, pra escrever em papel que tenha cheiro e aroma, memorizar Drummond em troca de um beijo morno com gosto de promessas.É uma pena que essa loucura de acreditar não ataque a todos, viver com mais vontade, desimportar com o amanhã!
Queria derramar a poesia dos livros na noite fria da cidade, dá palavra a quem tem solidão, fazer nascer imaginação, escrever história pra quem quer esquecer que tem uma ou, sei lá, pra lembrá-lo...
Mas, contudo, todavia, era a FRIDA o foco, bom filme é mesmo assim disperso, desprende de foco, joga a gente num poço de possibilidades de pensares e o que não vale é descartar esses pensares e acabar por não levar nada do filme! só é perdoável essa desatenção se no escuro do cinema, canto do quarto, sofá da sala ou algo assim, esteja fazendo história, amor, vontade...e coisa que não cabe pensares e tanto pensamento chega a exaustão a tentativa de qualquer entendimento,afinal como diz o "Fê "não há significado só existência"então é só ir nessa e existir nos mais diversos lugares...buscar razão é de enlouquecer qualquer criatura sã!Antes de tudo exista inteiro onde quer que vá, fique são, com existência apenas, pelado de razão ou entendimento
eu já bem antes já queria assistir esse filme..agora então..quero mais do que antes!!
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